Quem é Marcelino ULTRA?

Quem é Marcelino ULTRA?
- Cristiano Marcelino (36 anos) é Bombeiro Militar, Ultramaratonista, Professor de Educação Física graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mestre em Ciências pela UFRJ. Casado com Nilce Marcelino (37 anos) e pai de Filipe Marcelino (9 anos).

sexta-feira, 18 de março de 2011

217Km: O médico e o monstro

Caros amigos,
conforme combinado segue a 6ª e última reportagem de uma série de excelentes reportagens que o Portal IG fez sobre a Brazil 135 Ultramarathon, prova de 217 Km, que tive a honra de participar este ano, conforme postagem anterior.
Estou as reproduzindo aqui ao longo destes dias, uma por vez.
O link para a postagem principal está na área de saúde na página principal do IG. Minha foto foi escolhida para ilustrar a capa!
A sexta e última reportagem tem como título:
"O MÉDICO E O MONSTRO"
Segue abaixo esta reportagem da série:

João Gabbardo, superintendente do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, mostrou seu lado fera na Ultra BR135

Yara Achôa, da Serra da Mantiqueira, especial para o iG

Fora do hospital, doutor João Gabbardo se transforma na fera das ultramaratonas

Corredor há 30 anos, o médico gaúcho João Gabbardo, 55 anos, tomou gosto pelas ultramaratonas e desde 2005 faz várias delas.
Por conta disso acabou como “objeto de estudo” no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), no qual é superintendente. A pesquisa é coordenada pela diretora médica da entidade, Núbia Vieira.
Ele participou da Ultramaratona BR135 – a mais difícil prova do Brasil, com distância de 217 quilômetros, realizada na Serra da Mantiqueira, entre as cidades de São João da Boa Vista (SP) e Paraisópolis (MG).
Na chegada a São João da Boa Vista, véspera da largada, a equipe do iG Saúde encontrou Gabbardo fazendo a primeira coleta de sangue para a pesquisa do ICDF, para posterior análise. Aparentava tranquilidade e confiança em relação ao que iria enfrentar.
Ao colher as amostras, o bioquímico Néliton Maia, também de 55 anos, espantava-se com a aventura do paciente. “São 217 quilômetros? É muita coisa. Mas você está de parabéns”, elogiou.
A quilometragem era inédita para Gabbardo. Embora experiente, o máximo que já havia atingido tinha sido 155 quilômetros em uma prova de 24 horas. “A expectativa é completar a BR em 41 horas”, disse.
Comida de ultramaratonista
Do laboratório, Gabbardo voltou para o congresso técnico do evento e acompanhou compenetrado as últimas orientações da organização. Dali, partiu para as compras de suprimentos.
Água, isotônico, refrigerante, iogurte, bolacha, batata, macarrão: cardápio de corredor
No carro de apoio, que seria pilotado pelo pai e pela mulher durante a prova, tudo o que seria consumido ao longo do percurso: refrigerantes diversos, água, sucos, isotônicos, iogurtes, pão tipo bisnaguinha, batata chip, macarrão instantâneo, batata cozida com sal, carboidrato em gel, biscoito doce, chocolate, maçã e melancia.
O jantar da véspera seria um prato reforçado de massa. “O problema é que 24 horas antes de uma corrida eu começo a perder o apetite. Tenho de me forçar a comer”, contou. Já em relação à hidratação, capricho total. “É importantíssimo fazer a ingestão adequada de líquidos antes da prova”.
Outra preocupação do ultramaratonista eram as assaduras. “Nas primeiras provas longas que fiz, sofria com o atrito em várias partes do corpo, a ponto de sangrar. Até que comecei a usar uma pomada para assaduras de bebês”.

A emoção da largada
A expressão de tranquilidade do dia anterior tinha dado lugar a uma leve tensão na linha de largada, na sexta-feira, oito da manhã. “Agora começa a dar um frio na barriga”, confessou, momentos antes do início da BR135.
Mas ansiedade não era exclusividade do médico corredor. Entre sorrisos e abraços, todos os ultramaratonistas demonstravam apreensão. O maior temor de Maria Ritah Fernandes, de 43 anos, corretora de imóveis de Manaus (AM), era a noite. “Tenho medo do escuro. Nessas horas, um vagalume vira um monstro”, disse.
Incertezas passavam inclusive pela cabeça do bi-campeão da prova, Adilson José Pereira, o Ligeirinho, vendedor de 42 anos, da cidade de Poços de Caldas (MG). “Tudo pode acontecer ao longo de 217 quilômetros”.
Cai a noite na Serra da Mantiqueira, cenário da Ultramaratona BR135

Pior do que imaginado
A reportagem encontrou João Gabbardo com quase 50 quilômetros de prova corridos. Já passava de duas da tarde, muito sol e calor, ele ia rumo ao Pico do Gavião, na cidade de Andradas (MG), ponto de maior elevação da prova (com cerca de 1663m). Estava com mais de uma hora de atraso em relação ao plano inicial. “Estou mais cansado do que previa”, disse, subindo acompanhado da mulher Sabine e do amigo ultramaratonista Alberto Peixoto.
Ponto de checagem dos atletas, o Pico do Gavião tem uma vista inacreditável. Alguns corredores aproveitavam para comer e descansar um pouco. O professor de educação física Emerson Bisan, 37 anos, de São Paulo, diabético, fez ali sua medição de glicemia. “Estou me sentindo muito bem, está tudo sob controle. Hoje sigo em ritmo moderado, a ideia é aumentar amanhã”, disse, mostrando o resultado do teste.
Gabbardo preferiu descer rapidamente e montar seu “acampamento” ao pé do Pico, com direito a cadeiras de praia e macarrão instantâneo. Parecia ter recuperado o fôlego e mostrava-se animado para retomar a corrida com apenas 10 minutos de descanso.
Ele corria, o campeão chegava
O dia seguiu, a noite chegou. João passou por Serras do Lima, Barra, Crisólia e Ouro Fino. A reportagem voltou a ter notícias dele na manhã de sábado, com 26 horas de prova e mais de 100 quilômetros já rodados. Estava bem, havia descansado um pouco durante a madrugada mas os planos tinham mudado: agora a previsão era completar a BR com cerca de 45 horas – ou seja, por volta de cinco da manhã de domingo.
Enquanto nosso médico ultramaratonista seguia pelas trilhas montanhosas de Inconfidentes e Borda da Mata, debaixo de um impiedoso sol, com 28 horas e 19 minutos de prova o alemão naturalizado costa-riquenho Kurt Lindermueller cruzava a linha de chegada em Paraisópolis (MG).
Primeiro estrangeiro a vencer a BR135, Kurt parecia atordoado com a conquista – emoção, cansaço e dor se misturavam. Para recebê-lo, além de algumas poucas pessoas da organização, a mulher, Rebeca. Ela acompanhou o marido de carro, dando suporte durante toda a prova. “Sou sempre o apoio dele”, disse.
Com 50 anos, sete de corrida, o campeão da ultramaratona contou que se preparou para a prova correndo de cinco a seis horas por dia. “O mais difícil foi o calor”, disse exibindo bolhas na pele clara. “Mas a mente comanda o corpo – e a gente continua.”
Após 28 horas e 19 minutos, Kurt Lindermueller cruzou a linha de chegada da BR135, em Paraisópolis (MG)
O gostinho da BR135
À noitinha de sábado, a reportagem encontrou a equipe de apoio de João Gabbardo na pracinha da cidade de Tocos do Moji (MG). Sabine falou que o marido estava sentindo dores na sola do pé, devido a bolhas. No final da prova, o médico viria a confessar que, naquele ponto, achou que não iria completar a corrida.
Foi nessa cidade também que a reportagem do iG Saúde sentiu o gostinho da BR135. O comandante Mário Lacerda – como é chamado por seu staff – nos convidou para acompanhá-lo em uma “missão”. Ele precisava ter certeza de onde estavam todos os atletas e iria fazer uma “varredura” pelo caminho.
Acionou o recordista da BR135, Marco Farinazzo, e o corredor voluntário Augusto Vaz, que seguiriam por uma trilha. Parti com eles, por cerca de seis quilômetros, tendo a luz da lua e uma pequena lanterna para iluminar a escuridão. O percurso não é nada fácil, mas a sensação foi incrivelmente boa.
Uma vez localizados os ultramaratonistas na trilha e verificadas suas condições de segurança, o grupo seguiu para um rápido descanso de três horas.
E o domingo chegou
Nas primeiras horas da manhã de domingo a reportagem foi ao encontro de João Gabbardo e Alberto Peixoto por uma trilha. Eles ficaram animados ao ver a equipe da organização e até arriscaram um trote mais consistente.
João Gabbardo acompanhado do pai, da mulher e dos amigos: chegada emocionante a Paraisópolis (MG)
Àquela altura, a ideia de tempo de conclusão de prova já havia ido por água abaixo. "O importante agora é chegar", bradou Gabbardo. E assim continuou.
Às quatro da tarde, na cidade de Paraisópolis, chegava ao fim a saga do médico ultramaratonista. Com 55 horas e 11 minutos, ele concluía os 217 quilômetros da BR 135, abraçado à mulher e ao pai. Não sabia se sorria ou se chorava. “Foi muito mais difícil do que eu imaginava. Mas a sensação é fantástica. Fisicamente estou tri bem. A única coisa que incomodou foram bolhas na sola dos pés”, disse.
Gabbardo contou sobre o pior momento da prova: “No sábado à tarde, sofrendo com a temperatura alta, achei que não ia chegar. Perdi o humor, fiquei com raiva de mim, das bolhas, do calor...”
O médico recebeu sua medalha, comemorou e em seguida partiu para o novo exame de sangue, da pesquisa do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. “Estou curioso para ver os resultados”, disse o ultramaratonista, novamente transformado em médico.

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segunda-feira, 7 de março de 2011

217Km: Emergências e alucinações

Caros amigos,
conforme combinado segue a 5ª reportagem de uma série 6 excelentes reportagens que o Portal IG fez sobre a Brazil 135 Ultramarathon, prova de 217 Km, que tive a honra de participar este ano, conforme postagem anterior.
Estou as reproduzindo aqui ao longo destes dias, uma por vez.
O link para a postagem principal está na área de saúde na página principal do IG. Minha foto foi escolhida para ilustrar a capa!
A quinta reportagem tem como título:
"EMERGÊNCIAS E ALUCINAÇÕES"
Segue abaixo esta reportagem da série:

Desidratação, hipoglicemia, hiponatremia, hipotermia são as ocorrências mais comuns em uma prova de longa distância

Yara Achôa, da Serra da Mantiqueira, especial para o iG

Alexei Caio, diabético, apresentou hiponatremia e procurou a equipe médica: fim de prova

São nas 12 horas ou nos 50 quilômetros iniciais que ocorrem as primeiras desistências em uma prova longa como a BR 135, segundo o diretor da Ultramaratona BR135, Mário Lacerda.

E foi o que a reportagem constatou acompanhando os 217 quilômetros da competição. No final da tarde do primeiro dia, com cerca de 10 horas e quase 70 quilômetros de prova, na praça central da cidade de Andradas, aconteceu uma das primeiras baixas. O engenheiro Alexei Caio, de 36 anos, de São Paulo, diabético, apresentou sintomas de hiponatremia (fraqueza, náuseas, desorientação) e procurou a equipe médica. “Errei na ingestão de líquidos”, admitiu.

Mesmo abandonando a prova, Caio não perdeu o humor, brincando com a equipe na hora do atendimento. Tomou soro e foi liberado. Dias depois estava embarcando em uma expedição para uma escalada no Aconcágua.

Mais adiante, foi a vez do engenheiro Rodrigo Damasceno, de 27 anos, do Rio de Janeiro. “Tive que parar no quilômetro 90, com 24 horas de prova. A musculatura respondia bem, a hidratação estava perfeita, o descanso ocorreu dentro do previsto, mas os pés... Algo deu errado. Senti mal-estar, não estava conseguindo correr (ou andar) mais de dois quilômetros sem ficar exausto e achei melhor desistir. Não me arrependo. Fui até onde dava”, contou.

Queimaduras, bolhas e veias saltadas: marcas da BR135 nas pernas do corredor Kurt Lindermueller

Nem o veterano Adão Miranda da Silva, que liderava a BR135 até Ouro Fino (MG), escapou. Teve de parar devido a uma forte desidratação. Foi preciso inclusive internação no hospital da cidade. O caso inusitado aconteceu com o atleta Mario Casilew: mordido por um cachorro, ele foi obrigado a procurar atendimento no posto médico da cidade mais próxima. Com o ferimento limpo e medicado, Casilew continuou sua jornada.

Mas as duas ambulâncias UTI e as duas equipes médicas à disposição dos corredores deram conta das ocorrências de maneira relativamente tranquila. “Apareceram casos de desidratação, hipoglicemia, hiponatremia, hipotermia e muitos atendimentos de bolhas nos pés. Damos suporte, fazendo reidratação, analgesia e, quando necessário, encaminhando para internação hospitalar”, revelou uma das médicas da equipe, Cecília Zanchetta Sperandio.

Alucinações e bolhas
Uma prova que conta com temperaturas elevadíssimas durante o dia e a solidão da noite escura também leva a casos de visões e alucinações. Os corredores se divertem contando o que viram pelo caminho.
Um deles confundiu vagalumes com velas de uma procissão e insistia em seguir o cortejo. Outro jurou ter visto uma mulher nua correndo pelos campos, apenas com um sapato branco nos pés. Um duende ou uma outra entidade qualquer da mata assustou a corredora Maria Ritah Fernandes.
“Juro que eu vi. Estava sozinha e até voltei um pouco para ficar junto a outros corredores que vinham mais para trás”.

Atleta se refresca com água para amenizar o calor e evitar problemas

Os atletas que conseguiram lidar com as escoriações nos pés durante a prova, correram para pedir ajuda médica no final. As bolhas – inchadas e algumas até purulentas – eram limpas e cuidadosamente drenadas.


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quarta-feira, 2 de março de 2011

217Km: Aqui a gente morre e ressuscita mil vezes

Caros amigos,
conforme combinado segue a 4ª reportagem de uma série 6 excelentes reportagens que o Portal IG fez sobre a Brazil 135 Ultramarathon, prova de 217 Km, que tive a honra de participar este ano, conforme postagem anterior.
Estou as reproduzindo aqui ao longo destes dias, uma por vez.
O link para a postagem principal está na área de saúde na página principal do IG. Minha foto foi escolhida para ilustrar a capa!
A quarta reportagem tem como título:
"AQUI A GENTE MORRE E RESSUSCITA MIL VEZES"
Segue abaixo esta reportagem da série:

Paixão, insistência, superação: atletas revelam suas inspirações para vencer a Ultramaratona BR135

Yara Achôa, da Serra da Mantiqueira, especial para o iG

Emoção e lágrimas na chegada da Ultramaratona BR135

Eles não ganham prêmio em dinheiro. Ao contrário, desembolsam para participar da Ultramaratona BR135. E não é pouco. A prova é realizada em um dificílimo trecho da Serra da Mantiqueira (ao sul de Minas Gerais) e muitos vêm de longe – de norte a sul do Brasil e até mesmo de outros países. Portanto, além do valor da inscrição (750 reais), gastam com deslocamento, hospedagem, alimentação, equipe de apoio.

Eles se dispõem a enfrentar mais de 200 quilômetros de um percurso cuja altimetria mais parece um eletrocardiograma, tamanho o número de morros a vencer. Isso tudo sob a pressão de completar a prova em até 60 horas. São três dias e noites de sol, chuva, poeira, incertezas. Sem contar a má alimentação, a privação de sono, a dor física.

Por que tudo isso?
“Se quiser acabar com minha vida, me tire dessa prova”, disse emocionado o vendedor Adilson Ligeirinho, 42 anos, bi-campeão da BR135 (e terceiro colocado este ano), que começou a correr há 16 anos para vencer a obesidade.

Já o técnico de segurança José Servello, 62 anos, justifica sua presença nas seis edições da corrida pelo lado espiritual. “Por ser realizada em parte do Caminho da Fé, leva a muitas reflexões”.

O jornaleiro Áureo Adriano, de 47 anos, de São José dos Campos (SP), quinto colocado, exalta a amizade no mundo dos ultras. “venho para encontrar meus amigos”.

Com currículo rejeitado por duas vezes na BR135, a corredora Raimunda Pinto dos Santos garantiu sua vaga em 2011. Com determinação e coragem que só os teimosos têm, cruzou a linha de chegada às lágrimas após 52 horas e 30 minutos.

A brasileira Jacqueline Terto e o americano Marty Fritzhand: 217 quilômetros de apoio

O choro também fechou a corrida do médico americano Marty Fritzhand, de 57 anos. Com bolhas horríveis nos pés, ele cumpriu os últimos 20 quilômetros praticamente apoiado nos ombros de sua pacer, a ultramaratonista Jacqueline Terto. “Apesar de não ter dormido nada nas últimas 60 horas, não podia demonstrar que estava cansada ou com dores. Precisava dar apoio ao Marty até o fim. Completar era muito importante para ele”, emocionou-se Jacque ao final. “Aqui a gente morre e ressuscita mil vezes”, explicou o corredor Julio Cesar Latini Junior.

A chegada mais emocionante
Cada um que chega é recebido por um pequeno grupo da organização e por alguns amigos na singela pracinha da cidade de Paraisópolis. Mas o que falta em pompa, sobra em emoção. E foi impossível não ir às lágrimas com a chegada do médico Wagner Ricca, de São Paulo. Sua esposa, Ana Maria Queiroz, a Aninha, primeira mulher a cruzar a linha de chegada na BR135 em 2010, inscrita para esse ano, faleceu dois dias antes da corrida, de câncer. O fato pegou a todos de surpresa, pois, segundo os amigos, a expectativa de melhora dela e prognósticos eram excelentes.

Wagner disse que foi para a BR 135 pois tinha a certeza que sua participação era necessária para fechar o ciclo. Acompanhado de alguns amigos, venceu os 217 quilômetros em 54 horas e 39 minutos. Douglas de Melo, parceiro de corridas do médico, que o acompanhou na aventura da BR135, tenta explicar o que parece que só quem está lá entende: “É uma prova mágica, com uma energia positiva, que desperta bons sentimentos. Aqui se conhece os bons corações”.

Medalha da Ultramaratona BR135: prêmio e recordação para a vida toda

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