Quem é Marcelino ULTRA?

Quem é Marcelino ULTRA?
- Cristiano Marcelino (36 anos) é Bombeiro Militar, Ultramaratonista, Professor de Educação Física graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mestre em Ciências pela UFRJ. Casado com Nilce Marcelino (37 anos) e pai de Filipe Marcelino (9 anos).

sábado, 31 de dezembro de 2011

Estatística de 2011 - Marcelino ULTRA

Caros amigos,
deixarei agora a estatística de 2011 falar por mim,
pois contra fatos não existem argumentos.
Desejo para você que 2012 seja Ultra!

Kilometros rodados em 2011

TOTAL: 3.798,202 Km

* JANEIRO: 388,560 Km
* FEVEREIRO: 258,400 Km
* MARÇO: 466,550 Km
* ABRIL: 276,030 Km
* MAIO: 424,650 Km
* JUNHO: 157,422 Km
* JULHO: 374,880 Km
* AGOSTO: 329,795 Km
* SETEMBRO: 285,300 Km
* OUTUBRO: 270,520 Km
* NOVEMBRO: 246,695 Km
* DEZEMBRO: 319,700 Km

MÉDIA MÊS: 316,516 Km


Em 2011 participei e concluí com sucesso
8 Ultramaratonas + 3 Maratonas
 
ULTRAMARATONA: 24 h
· Ultramaratona 24 Horas da AMAN 2011
Resende / RJ – 26-27 Mar 2011
163,350 Km (5º Lugar: Geral, 1º Lugar: Categoria Militar)
 
 ULTRAMARATONA: 217 Km
· Brazil 135 Ultramarathon 2011
São João da Boa Vista / SP – Paraisópolis / MG – 21-22-23 Jan 2011
Pacer do atleta Inglês Gary Johnson
41h00min00seg (Total percorrido: 160 Km)
 
ULTRAMARATONA: 100 Km
· Desafio 100 Km McDia Feliz 2011
Niterói / RJ– 27 Ago 2011
Shopping Bay Market – 100 Km em Esteira
11h18min00seg
 
ULTRAMARATONA: 84 Km
· DOUBLE Maratona do Rio de Janeiro 2011
Rio de Janeiro / RJ – 17 Jul 2011
09h17min01seg (Prova Inédita: Recorde)
 
ULTRAMARATONA: 80 Km
· ULTRA Desafio 80K AsCoM 2011
Macaé / RJ – 10 Dez 2011
08h55min20seg (2º Lugar: Geral)
 
ULTRAMARATONA: 75 Km
· Ultramaratona Bertioga - Maresias 2011
Bertioga – São Sebastião - Maresias / SP – 28 Mai 2011
06h41min22seg (3º Lugar: Categoria 30-34 anos)
 
ULTRAMARATONA: 50 Km
· XTerra Endurance 50K – Etapa Ilhabela 2011
Ilhabela / SP – 24 Set 2011
05h30min27seg
· XTerra Endurance 50K – Etapa Costa Verde 2011
Mangaratiba / RJ – 13 Ago 2011
05h29min54seg
 
MARATONA: 42,195 Km
· K42 Bombinhas Adventure Marathon 2011
Bombinhas / SC – 06 Ago 2011
04h46min40seg
· Maratona Cross Country de Búzios 2011
Búzios / RJ – 06 Nov 2011
04h10min28seg
· Maratona Internacional de São Paulo 2011
São Paulo / SP – 19 Jun 2011
03h47min10seg
 
Isto foi um pouco do que foi o ano de 2011
para Cristiano Marcelino.
Lhe agradeço pelo apoio.
Que venha 2012!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ULTRA Desafio 80K AsCoM

8 Ultramaratonas + 3 Maratonas em 2011!
Para finalizar isto um ULTRA Desafio, 80K de chuva, lama e MUITA MONTANHA!

Completando meu calendário de provas longas de 2011, realizei no último dia 10 de dezembro, minha 11ª grande prova deste ano, mas não vou me ater muito agora neste calendário, pois farei uma postagem específica desta na virada do ano.

Para fechar com chave de ouro escolhi umas das mais difíceis provas que já fiz.
O ULTRA Desafio 80K AsCoM 2011, foi realizado no último final de semana, organizado pela Associação de Corredores de Macaé / RJ.




A ideia da prova já é cruel, pois é realizada na região montanhosa entre Casimiro de Abreu e Macaé / RJ, com percurso de 80K serpenteando entre as montanhas, por meio de várias estradas de chão e trilhas, com largada em Sana, um verdadeiro paraíso ecológico, passando por Frade, Bicuda Grande, Bicuda Pequena, Trapiche e chegando à bela Glicério.

Para tanto então: preparação feita, bagagens no carro, apoio pronto, Ultra amigos a postos, vamos lá!

Na madrugada de sexta-feira, conforme combinado os Ultra amigos Jorge Cerqueira (Rio de Janeiro / RJ) e Marcos Batista (São José dos Campos / SP) vieram para minha casa e partimos juntamente com minha esposa Nilce Marcelino e meu filho Filipe Marcelino em direção a Sana onde ficaríamos na Pousada Riacho Doce, centro do evento e local de largada.

Boas vindas em Sana!

Mapa do local por onde iríamos correr boa parte da prova entre as montanhas
Nosso time para esta Ultra

Por volta de meio dia chagamos ao nosso destino. Para este ULTRA Desafio contei com o apoio de meu carro, que já foi adesivado com o apoio de Xclete.com IMPORTADOS.

Carro de apoio

Apoio Xclete.com IMPORTADOS

Aproveitamos a tarde e a noite para conhecermos o local e amigos. Almoçamos, descansamos e conversamos muito sobre a prova. De noite fomos comer Pizza para ficarmos abastecidos para o Desafio.

Às 20h30min iniciou o Congresso Técnico da prova, que nos tirou as dúvidas e explicou todos os detalhes do evento.

Os kits foram entregues, compostos de uma camiseta da prova, uma camiseta do patrocinador (para usarmos na premiação), um número e um apito (para facilitar na nossa localização no caso de perda ou algum problema na mata).

Camiseta da prova, número e apito

Costas da camiseta
Kit recebido, pronto para o dia seguinte

Vimos então, quão duro seria a prova, e que além de toda a dificuldade do percurso enfrentaríamos também muita chuva e lama.

Durante o percurso de 80K teríamos que vencer nada menos que um ganho de elevação de 1.947 metros, que para fins comparativos podemos utilizar o Corcovado, no Rio de Janeiro, que tem cerca de 700 metros, ou seja iríamos que ter que subir o equivalente a três Morros do Corcovado em nosso percurso de 80K, com muitos trechos tão íngremes que seria impossível correr nestes.
Percurso da prova, registrado em meu GPS

Altimetria da prova
Ainda escuro no sábado levantamos para arrumar nossos equipamentos pois às 07h00min iria ser dada a largada.

Um café da manhã de boa qualidade foi servido na pousada. A localização foi excelente, pois nosso quarto estava a 20 metros do restaurante e a 40 metros da largada.

Também através de contato com a Organização da prova consegui que um enfermeiro da prova dirigisse meu carro de apoio, pois Nilce estava muito receosa de fazer isto, pela periculosidade do percurso, com muita chuva e lama.
Indo para largada

A prova, caracterizada pela dificuldade, só iria ter três pontos de apoio, onde seria oferecido lanche e hidratação aos atletas. Além disto iria ter um carro da Organização passando esporadicamente para hidratação extra. Foi nos informado anteriormente que o percurso da prova poderia ser acompanhado pelo carro de apoio por quase todo o percurso, pois a predominância era de estrada de terra. Então fiz três estratégias: correr sem equipamento (caso isto se concretizasse), correr de cinto de hidratação (caso houvesse dúvidas), correr de mochila (caso não fosse possível o acompanhamento). E como foi? Mochila nas costas, pois era muita chuva e lama!

Momentos antes da largada reunimos os atletas e fizemos uma oração em prol de todos os envolvidos na prova.
Oração dos atletas

Com o atraso de dois competidores, a largada foi dada às 07h07min através de um silvo de apito do comandante Madison da Guarda Ambiental Municipal presente no local.
Largada! 80K!

A primeira parte do percurso se dava em paralepípedos, corremos 750 metros na direção oposta do percurso e depois voltamos, passando pelo mesmo ponto de largada com 1,5K.

A partir deste ponto meu carro de apoio já poderia vir junto comigo. Mas não sabíamos até onde seria viável.

Cerca de 1 Km a frente já entramos na estrada de terra, a partir de então me vi entre os líderes da prova. Era eu e mais três grandes atletas: Jorge Cerqueira, Carlos André (Iguaba) e Eleir Júnior (Macaé).
Pelotão líder nos primeiros kms

Como vi que por enquanto era possível o carro de apoio estar junto, no Km 5 entreguei minha mochila a Nilce e pedi que ela ficasse próximo monitorando. Assim teria um alívio temporário. E a chuva era intensa.
Muita chuva

Alguns kilometros à frente vi que o Jorge parou para urinar e ficou para trás, enquanto isto fomos alcançado por outro Ultramaratonista, o Fernando Antônio (São Pedro da Aldeia). Assim permanecia entre os quatro primeiros, formando o novo primeiro pelotão, continuando uma longa subida de mais de 10 Km. Estava constantemente me hidratando com ajuda do carro de apoio.

Novo primeiro pelotão

No Km 15 chegamos ao ponto mais alto do percurso a 706 metros de altitude, até que não foi tão difícil chegar ali, porém este esforço feito nos primeiros kilometros de prova nos seria cobrado horas à frente.

A partir deste ponto teríamos 5 Km de uma longa descida em meio à erosão e lama.

Eu e Carlos nos lançamos mais fortemente à frente do pelotão montanha abaixo. Carlos foi embora como um louco, parecendo que a prova acabaria no final da descida, eu embora rápido fui perdendo ele de vista mas também desapareci do campo de visão do restante do pelotão. O carro de apoio também ficou para trás, a descida era tão acidentada que corríamos mais rápido que o carro. Fui mantendo agora a segunda colocação.

Momentos depois o carro da Guarda Ambiental, que estava dando apoio me passou e foi à frente.

Aproximadamente no Km 18 surgiu na estrada uma grande boiada, composta por cerca de 20 bois e vacas, neste ponto consegui avistar o Carlos que estava um pouco à frente na liderança.

Ele acabou se dando bem se livrando da boiada, porém eu fiquei entre eles, ora aumentava o ritmo e eles vinham atrás, ora diminuía e eles acompanhavam. Vendo meu sufoco o carro da Guarda Ambiental me aguardou e acabou indo junto comigo com a sirene ligada, após centemns de metros quase sendo atropelado pelos bois eles ficaram para trás.
Corri mais uns 3 kilometros. No Km 21 cheguei no 1º ponto de apoio da prova, recebi um lanche num saco plástico, retirei o Guaravita e mariola e devolvi o restante, fui consumindo isto nos próximos metros correndo.

Acabei passando o Carlos e assumi a primeira colocação. Pedi a meu carro de apoio que fosse à frente, pois tínhamos sido avisados que este trecho que agora viria, com cerca de 7 Km de subida estaria com muita lama e o carro não passaria em vários pontos. Assim se o atoleiro chegasse o carro me esperaria com a mochila. Porém antes do início da subida tinha uma pequena descida, passei o carro e pouco à frente se iniciou uma subida lamacenta, quando ouvi só o som dos pneus do carro atolando...

Na hora tive que tomar uma decisão rápida, parei olhando para o carro uns 100 metros atrás, gritei para que me dessem a mochila, mas não ouviam, atolados. Lembrei que falaram que talvez a partir deste ponto o carro só deveria nos encontrar novamente no Km 70. Tive que voltar correndo de encontro ao carro (se já não era difícil correr os 80K ainda tive que voltar e correr mais).

Neste momento passa por mim juntos o Carlos e Eleir, ficando então eu em 3º lugar.

Peguei minha mochila e alguns itens indispensáveis para os próximos 50 Km, colocando tudo nela, ficando bastante pesada!

Depois descobri que foi ótimo perder a primeira posição agora, pois alguns metros à frente a marcação do percurso feita com fitas vermelhas estava duvidosa, que ocasionou o erro do carro da Guarda Ambiental, como o Eleir seguiu na frente e ele conhecia o percurso, conseguiu chamar a tempo o pessoal da Guarda e solicitar a troca da marcação.

Provavelmente se eu estivesse em 1º lugar tinha errado o caminho e ninguém iria ver!

Este trecho de longa subida na lama foi uma parte da prova que me senti muito mal, pois tinha acabado de vir de uma longa descida sem mochila e coloquei nas costas uma mochila muito pesada, tinha acabado de ter que voltar uns metros no percurso e via que tinha que levar esta mochila pelo menos até o Km 70.

Na longa subida a mochila me puxava para trás, fui ultrapassado pelo Fernando, ficando em 4º lugar.

Foi muito duro esta parte, muito mesmo.

A subida terminou no Km 28, onde o carro da Guarda Ambiental estava esperando com água mineral.

Tinha que dar uma virada nesta prova agora! Com o auxílio da Guarda fiz e bebi o Cytomax que me foi cedido de apoio da Barcellos Sports quando olho ao lado vejo um pequeno açude com um tubo d'água caindo sobre ele, não pensei duas vezes, precisava de um banho gelado.

Entrei no açude, a água veio até a cintura, entrei de baixo da água com mochila e tudo, foi ótimo, porém ao sair dele acabei escorregando e bati o joelho, na hora o sangue escorreu e que dor! Fiquei no chão por uns momentos, o pessoal da Guarda veio me ajudar mas disse que não precisava e fui indo embora.

Eles falaram que os líderes estariam a uns 10 minutos à frente.

Agora tinha pela frente uma longa descida, com somente pequenas subidas alternadas.

No Km 32 passei o Fernando, ficando em 3º lugar.

Fui melhorando muito bem meu ritmo e as nuvens abriram um pouco trazendo certo mormaço a prova até chegar em fim ao ponto de apoio no Km 38.

Chegando lá tomei até um susto ao encontrar lá os dois primeiros colocados sentados!

Na hora pensei: tenho que aproveitar agora.

Mas também para minha surpresa meu carro de apoio também estava lá, eles acharam uma estrada secundária que levaram eles até lá.

Aproveitei para passar uma boa camada de vaselina nas minhas costas e ombros, pois acabei correndo de mochila com camiseta regata, que me ocasionou sérias queimaduras pelo atrito, o ideal é correr de camiseta de manga, mas acabei esquecendo disto.

Poucos momentos depois o Carlos se levantou e foi embora!

Acabei de me hidratar e alimentar, enchi meu cantil flexível da mochila com água e gelo e joguei bastante água gelada na cabeça.

Fui-me embora para o percurso, o Eleir veio atrás mas acabei abrindo bastante vantagem dele e não o vi mais.

Um kilometro à frente deixai novamente minha mochila no meu carro de apoio e aproveitei para aumentar a velocidade, mas desta vez mandei logo o carro à frente para não ter surpresa.

No Km 40 consegui alcançar o Carlos, e ficamos um ajudando o outro.
Alcançando o líder

Tiíhamos agora um trecho de asfalto. No Km 43 acabei deixando o Carlos para trás, que entrou numa casa na rua para consegui um caldo de cana. Fui à frente num ritmo bom e não vi mais ele, permanecendo agora na liderança da prova.

No Km 50 terminava o asfalto e começava uma estrada de terra que nos levaria montanha à cima.

Me hidratei de novo no carro de apoio, o mesmo agora foi à frente junto com um Jeep da Organização, até o ponto onde entraríamos na trilha.
Chegando em 1º lugar no final do asfalto

No Km 52 começava a subida, que seria de 8 Km, porém neste ponto não sabíamos por onde ia nem quanto faltava subir.

Neste trecho fiquei bastante tempo sozinho, parei numa casa para me molhar na mangueira do jardim.

Já vinha observando que minha urina estava saindo muito escura, mas neste ponto vi minha urina saindo bastante vermelho de sangue, que acaba sendo sempre assim comigo nas provas mais duras e que me deixa sempre preocupado.

Na subida a frente, não vendo mais marcações do percurso parei três vezes para perguntar se estava no caminho certo, somente na última parada que tive a confirmação.

No Km 55 cheguei no final da estrada de terra.

Agora seriam 5 Km de subida muito íngreme e com muita lama mata à dentro. Me preparei bem para este trecho, peguei minha mochila no carro, vi que o Jeep da organização colocou cordas nos pneus para poder conseguir subir à frente. Coloquei uma lata de Coca-cola na mochila e fui embora.

A subida era arrasadora e o peso da mochila nas costas grande.

No Km 58 chegando ao término da subida sentei um pouco e bebi minha Coca-cola, com 58,7K fui alcançado pelo amigo Jorge que fez uma filmagem, veja abaixo:
Vídeo da parte alta da trilha

Eu pensava que a subida tinha acabado. Mas era somente um pequena parte plana com muita lama. No vídeo acima não mostra, mas em certo momento o Jorge diz novamente: "vamos que a prova é nossa!" Eu respondo: "Pode até ser nossa, mas eu não vou me matar para isto, já estou urinando sangue."
Muita lama no alto da montanha

Fui seguindo junto com o Jorge esperando descer forte à frente, porém ainda tinha muita coisa ruim na frente, uma subida de 1 Km muito íngreme dentro da mata.

No Km 60 chegamos sim no final da subida, tinha lá dois Guardas, preferir sentar um pouco antes de descer forte, um deles disse que só tinha limão, se eu queria, neste ponto aceitaria tudo, peguei o limão e parti com o dente e chupei, estava MUITO amargo! Comecei a descer e descobri que não daria para descer rápido, pois era muito íngreme a descida e com muita lama, num trecho de pasto seguindo a trilho de gado. Neste ponto liguei dei start no meu GPS Garmin Forerunner 305 que levava na mochila, pois o de modelo 405 que estava usando desde o inicio da prova, agora com 6h48min já estava quase com a bateria descarregada.

Acabei perdendo o Jorge de vista, depois descobrimos que tanto eu quanto ele erramos a trilha certa pois tinha várias trilhas de gado, porém de imediato achamos a trilha certa e nos encontramos de novo, antes de encontrar ele passei por outro Guarda, que me ofereceu água, parei e peguei então ele me ofereceu chocolate, claro que aceitei e tive um surpresa, ele me deu uma barra da Galak!

No Km 65 vendo o Jorge a minha frente entramos num trecho de paralepípedo e continuávamos a descer por eles.

No Km 68 apareceu um carro da Organização que nos deu água e aproveitei para deixar minha mochila com ele, e pedi para entregar à frente no posto do Km 70.

Agora neste trecho sinuoso chegando à Glicério perdi ele de vista. Então na marca de 70K cheguei em Glicério onde seria a chegada, porém teríamos que ir até Trapiche, seria mais 10 Km até voltarmos aqui para chegada.

Já não gostei quando saímos da praça central, que por sinal era muito bela (veja abaixo - quase que entrei nesta água), descendo ladeira à baixo, pois vi que o trecho final seria subindo.

Praça central em Glicério

Quase que entrei aqui em baixo
Muito linda
Com riqueza de detalhes

No Km 72 ao entrar numa estrada de terra, como já não via mais o líder perdi minha esperança de chagar nele. Era uma estrada plana, porém com muita lama.

No Km 73 tive uma surpresa ao ver o líder a 200 metros na minha frente! Porém tanto eu como ele estávamos exaustos e mesmo alternando entre um ritmo mais forte e mais fraco a distância permanecia.

No Km 75 saímos da estrada de terra e entramos numa rodovia asfaltada, onde iríamos seguir para chegada.

No Km 77 já pegávamos uma leve subida no asfalto, ainda esta a 200 metros do líder.

No Km 78 já totalmente exausto um carro passa por mim, neste trecho ainda estava apreensivo de vir outro atleta de trás, perguntei ao motorista do carro que parou para me dar forças, ele disse que não vinha ninguém, assim fiquei mais aliviado.

Agora seriam 2 Kms de uma subida de paralepípedo até a chegada.

Subida final

Foi muito duro este trecho final, mas já subi mas devagar só mantendo a leve corrida.

Assim cruzei a linha de chegada completando os 80K em 8h55min20seg, ficando a pouco menos de três minutos do líder e conquistando um espetacular 2º Lugar Geral.

Na chegada!!!

Completar esta prova nestas condições, abaixo de 9h foi fenomenal, dou parabéns o Ultra amigo Jorge que ficou em 1º lugar.

Os dois primeiros a cruzarem a chegada dos 80K!

Após a confraternização da chegada, deitei um pouco para esticar as costas castigadas depois fui para um banho num chuveiro próximo a chegada.

Merecido banho!

Para esta prova utilizei todos os equipamentos da ASICS, com exceção da viseira e mochila que foram da The North Face. O tênis utilizado foi o ASICS GEL FUJI ES que novamente se mostrou excepcional para provas longas e Cross Country, enquanto vários atletas usaram dois ou três pares de tênis, apesar de eu deixar tênis reserva no carro, eu somente usei o FUJI que foi show, porém com os pés sofreram bem por ficarem quase 9h em intenso trabalho bem molhados.

Pé sofrido!

Apesar de estarmos a 500 metros da pousada onde iríamos ficar, combinamos de ficar aguardando o terceiro lugar ali antes de irmos tomar banho e nos trocar e comer algo.

E com 9h25min chegou o Carlos em terceiro lugar, todos ficamos alegres por nossas conquistas.

Os três primeiros!

Fomos para pousada, tomei um banho, troquei de roupa, almocei, enquanto isto outros atletas foram chegando, então decidi pegar meu carro e ir para o percurso para dar apoio aos últimos atletas que iriam chegar com cerca de 12h de prova.

Pronto para apoiar os últimos atletas

Apoio recebido - apoio dado!

Fiz questão de cruzar a linha de carro buzinando com os últimos atletas que chagaram com 12h31min. Outros atletas não completaram os 80K.

Noite chegada, jantar e descanso, agora era contar e ouvir histórias e aguardar a premiação que seria realizada no domingo de manhã.

Premiação no domingo

Por onde passamos neste ULTRA Desafio tivemos como pano de fundo as belíssimas localidades e montanhas.

Sana e Frade

Bicuda Grande e Bicuda Pequena

Trapiche e Glicério

Com a alegria de todos os presentes iniciou-se a premiação para os campeões do ULTRA Desafio 80K AsCoM 2011.

Sendo premiado

Ganhei um imenso troféu com meu nome gravado e a colocação, assim como também uma medalha com meu nome.

O pódio foi composto dos cinco primeiros lugares: Jorge Cerqueira, Cristiano Marcelino, Carlos André, Eleir Junior e Fernando Antônio.

Pódio dos 80K

Os três primeiros agraciados!

Fiquei estremamente feliz de completar esta Ultramaratona, após um ano lotado de longas provas e chegar em 2º Lugar Geral.

Muito feliz!

Também agradeço muito a todos que me apoiaram durante a prova, sobretudo a minha equipe de suporte, que segue abaixo.

Nilce Marcelino e Filipe Marcelino

Valmir - Motorista e enfermeiro

A Organização da prova ainda deu certificados, troféus e medalhas a todos os concluintes, além de medalhas diferenciadas ao pessoal de apoio.

Certificado dos 80K

Agradeço a todos meus apoiadores que me ajudaram a chegar ao fim desta prova com imenso sucesso e a você meu grande amigo que acompanha minha trajetória.

Todos me perguntam: E agora? Férias?
Respondo: Concerteza! Férias!
Mas férias são férias, por um período determinado...

Veja no topo do site que estarei no final de janeiro na Brazil 135 Ultramarathon, prova de 217 Km que irei como pacer de um atleta norte americano. Ainda não sei quanto vou correr, mas concerteza será bem difícil, pelas montanhas acima e com muito peso nas costas. Tenho que combinar como será a estratégia, mas tenho de base que devo ser parecido como fiz no começo deste ano com o atleta inglês que acompanhei, correndo 160 Km com ele.

Depois disto estarei no início de fevereiro competindo no Cruce de los Andes, por 100K cruzando os Andes entre Argentina e Chile.

E AÍ GOSTOU, ENTÃO POR FAVOR DEIXE SEU COMENTÁRIO QUE É MUITO IMPORTANTE PARA MIM, NO LINK ABAIXO!

Até a próxima...